Conhecer novas pessoas, mergulhar na cultura de um país e ainda ajudar na construção de um mundo melhor são alguns dos componentes do programa de trabalho voluntário no exterior. Neste tipo de intercâmbio, os participantes têm a oportunidade de viajar o mundo enquanto promovem o bem, podendo optar por programas que envolvem a reabilitação de animais, cuidado de idosos, assistência e empoderamento de mulheres, além de projetos educacionais com crianças em comunidades carentes.
Dentre as opções, a psicóloga e pedagoga Maria Renata Adriano da Silva, 53 anos, escolheu justamente o programa de trabalho voluntário de cuidado à criança, na Tailândia. Maria Renata já fazia trabalho voluntário em sua área em escolas públicas brasileiras e resolveu ampliar a sua experiência dando aulas de inglês para crianças de 3 a 6 anos em uma creche de Chiang Mai, na Tailândia.
‘Adoro tudo o que está ligado à educação e este programa foi perfeito para mim. Achei impressionante a maneira como eles encaram a educação e o nível de disciplina e desempenho dos professores e alunos”, relembra Maria Renata. “A educação infantil é levada muito a sério na Tailândia. Aprendi muito com um episódio específico: estava dando aula de inglês e era o meu último dia na escola, então resolvi encerrar a aula cinco minutos mais cedo. Uma das professoras do local me impediu e disse que gostaria que os alunos aproveitassem a aula até o final. Achei tão bonito, foi uma atitude muito respeitosa comigo e com as crianças.”
A empresária Priscila Pacheco, 27 anos, também optou por um programa de intercâmbio que envolve o cuidado com crianças carentes. Ela foi voluntária no Orfanato de Noordhoek, em Cape Town, na África do Sul, por três semanas. “Sempre quis fazer um intercâmbio e ter uma experiência que fosse além de uma viagem de férias. Queria viver uma realidade 100% diferente da minha, algo que fugisse um pouco do que eu fazia normalmente, que era passar um dia com uma criança e, depois, voltar para a minha casa”, explica Priscila.
Por lá, a empresária passava os períodos da manhã e da tarde com as crianças, ajudando-as em suas atividades do dia a dia e também coordenando suas tarefas educacionais. “Todos os momentos foram de grande aprendizado. Desde dividir a casa com 50 pessoas, respeitando todas as culturas ali presentes, além de manter a organização e a limpeza da casa até evitar o desperdício de água e comida e trabalhar com as crianças.”
Para Maria Renata, além de o sistema educacional da Tailândia ter sido uma surpresa, a valorização da cultura foi uma lição que ela diz ter trazido para o Brasil. “Eles valorizam muito a cultura tailandesa. Uma das coisas mais fofas era quando eles se vestiam com os trajes típicos da região. O horário da prece também era sagrado para eles e algo muito bonito de se ver. Além disso, todos os dias, antes de começarem as aulas as crianças dançavam. Eu não entendia tailandês, mas eu sabia que eles estavam reverenciando a própria cultura”, conta.
Entre muitos choques de realidade, as duas voluntárias concordam que um dos principais benefícios do trabalho voluntario no exterior é o de construir inúmeras amizades. “Este tipo de programa é perfeito para quem gosta de conhecer pessoas novas. Encontrei pessoas incríveis no meu caminho”, diz Maria Renata. “O amor, gratidão e respeito que as pessoas têm por você estar lá, dedicando um pouco do seu tempo e das suas férias para dar atenção, jogar futebol com uma bola murcha e dançar com eles, entre outras coisas ainda mais simples, é impressionante”, acrescenta Priscila.
“Você, como voluntário, passa a prestar a atenção nos pequenos detalhes e se lembrar de como é sortudo por ter mais do que uma blusa e uma calça”, afirma Priscila, listando outros benefícios trazidos para a sua vida após o programa. “São coisas que você só compreende aprofundando o contato com locais, que não dá para entender estando em um hotel e andando de táxi. É no contato mais direto com professores, crianças e mesmo com os seus pais, que você compreende qual é a verdadeira essência de um povo”, diz Maria Renata.
“Ao final, vejo que apesar da nossa contribuição perante a comunidade ter sido grande, não há como mensurar tudo que aprendemos com eles. Acredito que os maiores beneficiados e aprendizes somos nós, voluntários”, conclui Priscila.
Que tal viver uma experiência transformadora como o programa de trabalho voluntário no exterior?