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Exposição de Inverno na NYU: o processo de criação em uma universidade americana

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Estou fazendo mestrado em Interactive Telecommunication na Tisch School of the Arts da New York University. Um dos momentos mais esperados do semestre pelos alunos (e também pelos professores) é o Winter e Spring Show!

Participei recentemente do Winter Show na ITP e foi uma experiência incrível. O ‘show’ é uma coleção dos trabalhos mais bacanas criados pelos alunos do mestrado da ITP durante o semestre. Os alunos podem inscrever qualquer trabalho desenvolvido na escola e, se aprovado, ele fará parte da amostra.

Imagine uma exposição de arte em uma galeria em Nova York. Agora imagine que, além de arte, cada peça traz um grande esforço em inovação, usando as últimas tecnologias disponíveis. Agora imagine essa exposição MEGA lotada, sendo visitada por artistas, tecnólogos, geeks, jornalistas, empreendedores de start ups, investidores e olheiros (Google, Facebook, Foursquare, Wired, DC Comics, etc).

Para o Winter Show eu trabalhei com o James Borda em um projeto que chamamos de Synaesthesia. Desenvolvemos um órgão dos sentidos, um instrumento musical que, para cada nota tocada, criasse uma experiência diferente com sons, cheiros e luzes.

As semanas que antecederam o show foram super intensas. Mesmo que as aulas já haviam acabado e apresentamos o protótipo do nosso órgão sensorial, estava muito longe de ser algo apresentável para o Winter Show. Toda a programação estava lá (teríamos que ajustar algumas coisas, porém já estava quase funcionando), porém o visual estava longe de ser o ideal.

Protótipo apresentado

Passamos duas semanas fazendo o protótipo, comprando materiais e testando. Queríamos que a cada tecla do teclado que fosse pressionada, um aroma diferente saísse por um tubo e uma explicação sobre esse aroma aparecesse em uma tela. Se diferentes teclas do teclado fossem pressionadas, o aroma de cada uma dessas teclas sairia pelo seu respectivo tubo, encontraria outros aromas em um tubo superior, criando uma fragrância nova e individual para cada pessoa que interagisse com o órgão.

Queríamos testar com 6 aromas diferentes que, quando combinados, são o suficiente para criar 720 perfumes diferentes. Assim, precisávamos de 6 tubos (um para cada aroma) e 6 pequenos ventiladores que ligam quando uma das teclas do teclado é acionada, liberando o aroma dentro do tubo. Além disso, colocamos dois tubos extras com ventiladores sempre ligados para limpar o ar.

Ventiladores para diferentes aromas

Tubos para cada um dos aromas

Luzes para o visual do órgão sensorial

As outras duas semanas passamos desenvolvendo todo o código da programação para fazer o projeto funcionar. Hackeamos um teclado digital, criamos a vizualização em uma sketch no Processing e conectamos os ventiladores ao Arduino e ao teclado. No final dessas semanas, tínhamos o protótipo que apresentamos em classe.

Para o Winter Show, nossos esforços foram em como fazer o projeto ficar bonito e ‘apresentável’. Toda a parte de desenvolvimento do design. Assim, meus dias e noites eram desenhos e mais desenhos planejando como seria o visual do projeto. Fui em uma loja de materiais super bacana aqui em Nova York, a Canal Plastics, que vende acrílico para poder executar o design. Aprendi a mexer com a laser cut (uma máquina que faz o corte a laser) e, junto com meu parceiro, criamos a versão final.

A versão final ficou realmente pronta no dia do show. Alguns minutos antes de abrir as portas para o público, ainda estávamos colando e arrumando partes do projeto. Mas deu tudo certo e exibimos nosso projeto final para centenas de pessoas que vieram visitar o Winter Show da ITP.

Resultado final do projeto

Outro show está por vir e se você estiver por Nova York venha prestigiar! Fazer um mestrado no exterior faz toda a diferença e eu vejo isso na prática no dia a dia das minhas classes e trabalhos na NYU.

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