Em uma tentativa de facilitar a vida de alunos internacionais que desejam estudar e trabalhar na Irlanda, o governo do país anunciou uma nova modalidade de visto irlandês para aqueles que se formarem em um curso de nível superior, o Stamp 1G.
Segundo nota publicada pelo Irish Naturalisation and Immigration Service (INIS), o visto é direcionado a estudantes não europeus que se qualificam ao programa Third Level Graduate Scheme Permission e estende a sua permissão de permanência no país para 24 meses após a conclusão de cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado e graduação do tipo Honours Bachelor Degree, que tem conteúdo mais completo e aprofundado que o bacharelado comum (não há equivalência para este tipo de curso no sistema de ensino brasileiro). Antes, os estudantes que participavam do Third Level Graduate Scheme Permission tinham o direito a trabalhar full-time no país por até 12 meses após a graduação.
A ideia é aumentar as oportunidades para estudantes estrangeiros recém-graduados que desejam ficar na Irlanda para buscar um trabalho que lhes conceda o work permit ou até mesmo possibilite a aplicação para o green card.
Quem pode se aplicar ao visto Stamp 1G?
Estudantes matriculados em cursos de nível superior reconhecidos pelo governo irlandês podem se aplicar ao visto ao finalizar qualquer curso classificado entre os níveis NFQ 8 e NFQ 10, que engloba cursos de graduação do tipo Honours Bachelor Degree, pós-graduação, mestrado e doutorado. Porém, para solicitá-lo é necessário que o aluno prove que teve frequência nas aulas e que foi aprovado em todos os exames finais do curso.
O visto tem a duração de dois anos e não é renovável. O objetivo do Stamp 1G é, justamente, facilitar a vida de quem deseja viver, estudar e trabalhar na Irlanda, conectando estudantes estrangeiros com o mercado de trabalho irlandês. “Com esse novo visto, os alunos demonstram para empresas que estão aptos a entrar no mercado profissional irlandês e que possuem permissão legal para trabalhar full-time, o que corresponde a 40 horas semanais. Dessa forma, eles se distinguem de outros estudantes”, explica Rafael Carvalho, que coordena os processos de vistos do STB.
Antes, quem fazia um curso de nível superior na Irlanda entrava no país por meio do Stamp 2, o visto de estudante. No entanto, esse visto não permitia diferenciar os estudantes que poderiam trabalhar apenas part-time (20 horas/semana) – geralmente, alunos de cursos de idioma- daqueles que podem trabalhar full-time, como é o caso dos alunos de nível superior.
Só é possível permanecer na Irlanda como estudante por, no máximo, sete anos, desde que sempre curse um nível acima do anterior. Por exemplo, um aluno que faz mestrado de nível 9 só pode dar continuidade ao visto se iniciar um doutorado (nível 10).
Irlanda aumenta investimento em educação internacional
O lançamento do visto faz parte da nova estratégia do governo irlandês, que, entre outros objetivos, prometeu impulsionar a receita destinada para a educação internacional, com uma verba que saltou de € 1.5 bilhão para € 2.1 bilhões até 2020.
Um dos melhores países para intercâmbio, a Irlanda estabeleceu a meta de aumentar em 15% o investimento em cursos de ensino superior para estudantes estrangeiros e o crescimento em 25% de matrículas de alunos em cursos de idioma.
Sinéad Ryan, vice-presidente de relações globais da Trinity College, disse ao The PIE News que a universidade recebeu com entusiasmo as novas metas do governo. “Isso reforçará para os estudantes a ideia de que a Irlanda é um país acolhedor para a classe mundial da educação, sendo um ótimo campo para pesquisas e com muitas oportunidades de carreira”, afirmou. Ou seja, uma ótima oportunidade para fazer intercâmbio na Irlanda.
Como fazer uma universidade na Irlanda?
Com cursos de graduação muito bem ranqueados mundialmente e um diverso leque de áreas de ensino, a Irlanda oferece inúmeras possibilidades para quem deseja fazer um curso superior na Europa.
Os estudantes europeus se inscrevem em cursos de graduação irlandeses pelo Central Application Office (CAO). Já os estudantes não-europeus interessados em graduações no país, normalmente, inscrevem-se diretamente pelo site da própria universidade.
Cada instituição tem um prazo final e exigências diferentes para a inscrição. Mas, em geral, o estudante deve apresentar na aplicação seu histórico escolar e/ou acadêmico universitário, cartas de recomendação e também uma carta de motivação, onde explica o porquê quer estudar no país.
Além disso, é importante comprovar domínio do idioma. Isso é possível por meio de uma alta pontuação em exames de proficiência como o TOEFL e o IELTS. Uma ótima opção para garantir um bom desempenho é se matricular em cursos preparatórios para esses exames.
Em testes como o TOEFL e IELTS, não há uma pontuação de aprovação ou reprovação. Cada instituição superior define a nota mínima exigida para o exame de proficiência, mas o ideal é que o aluno se prepare para tirar uma boa nota, o que certamente ajudará a conquistar uma vaga na universidade. Por isso, realizar cursos preparatórios para os exames é fundamental para um bom resultado e para conquistar uma vaga em uma universidade irlandesa.