Com o aumento do número de escolas com foco na área jurídica e a consequente saturação de profissionais de direito em atividade no Brasil, cada vez mais os estudantes estão procurando meios de diversificar o currículo e conquistar sucesso na carreira jurídica, tão competitiva.
A geração dos millennials, nascida entre os 1980 e 2000, lidera essa mudança de comportamento, com profissionais que estão indo além da formação acadêmica de excelência e investindo em diferenciais como especializações e cursos de idioma no exterior.
O eminente interesse dos millennials por tecnologia e cultura global também são pontos positivos no mercado de trabalho atual, em contraste com o pragmatismo típico dos baby boomers, nascidos entre 1946 e 1966, que atualmente representam maioria nos cargos de liderança das grandes corporações.
O mercado de direito: passado x futuro
Realizado em janeiro de 2017, o painel “Ready or Not, Here They Come (and Go!): Preparing for the Generational Shift”, apresentado durante a conferência Legalweek, the Experience, em Nova York, chamou atenção para a discussão sobre a diferença geracional dentro dos escritórios de advocacia.
Moderadora do debate, Bernadette Bulacan, diretora de desenvolvimento de mercado da Thomson Reuters, afirmou na ocasião que as características que mais diferenciam as duas gerações são a maneira como eles se comunicam e processam a informação: enquanto os millennials são mais rápidos e informais, os baby boomerssão formais e apegados a processos.
O mercado atual, no entanto, valoriza a flexibilidade nas relações e o foco na eficiência, inovação e rápida entrega de resultados, características que são altamente buscadas na nova geração de advogados. Por isso, alguns dos escritórios mais respeitados do mundo já estão olhando para o seu negócio através do prisma geracional e investindo na formação de times com profissionais de idades cada vez mais diversas.
O fato de grandes empresas de advocacia começarem a concentrar o seu negócio na eficiência também pavimenta o caminho para outro aspecto dominado pelos millennials: a inovação digital. Publicado pela Deloitte em 2016, o relatório Future Trends For Legal Service comprova esta tendência, mostrando que o uso da tecnologia vem aumentando de maneira impressionante dentro dos escritórios de advocacia: 77% das empresas entrevistadas afirmaram utilizar a tecnologia como ferramenta de trabalho.
“É esperado, no entanto, que os novos advogados saibam aplicar a tecnologia de maneira inteligente nos negócios. Uma grande pressão, já que esta é uma função sem muitos precedentes na área jurídica”, disse Bernadette.
Como destacar o currículo no mercado jurídico?
Com tanta competitividade e inúmeras mudanças no mercado de trabalho contemporâneo, o novo profissional de direito comprovadamente precisa de muito mais do que um currículo bem elaborado para chamar atenção das empresas. De acordo com o relatório de mercado da Robert Half, jovens com perfil empreendedor e com visão de longo prazo são os que mais têm chances de se destacar no mercado de trabalho. Ter no currículo uma faculdade de primeira linha, estabilidade nos projetos e na carreira também são diferenciais na seleção, segundo o relatório. Porém, no caso de jovens profissionais, o perfil pessoal, a atitude proativa, o domínio do inglês e o engajamento acadêmico têm peso maior no recrutamento.