Intercâmbio atual x Intercâmbio no passado – Parte 2

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Num dos posts anteriores, contei a a história da minha mãe, a primeira intercambista da família Morgado! Agora, vou continuar contando um pouquinho a história de mais duas pessoas da minha família que também passaram por uma experiência desse tipo e que sem dúvida alguma influenciaram muito na minha decisão de vir passar um tempo aqui nos Estados Unidos. Vamos lá:

O segundo intercambista da minha família foi meu tio Beto, 16 anos mais novo que minha mãe e 10 anos mais velho que eu. Apesar de ser meu tio, eu o considero uma geração entre minha mãe e eu e ainda mais próximo de mim do que da minha mãe, então é por isso que digo que temos 3 gerações de intercambistas na família Morgado. Tá bom ou quer mais?

Se minhas contas estão certas, meu tio fez intercâmbio em 1996, durante 1 ano. Ele tinha 17 anos e eu tinha só 7!!! E assim como minha mãe, também fez High School em alguma cidade do estado de Ohio, onde morou com uma família riquíssima, vivendo uma experiência bem diferente onde teve a oportunidade de viajar bastante pelos Estados Unidos e até para o Caribe.

1. Bexley High School em Ohio. 2. Beto com colegas na aula de química da escola!

1. Beto em Washington DC com amigos. 2. Em Curaçao (Caribe) com a host family. 3. Cape Canaveral (Lauding Module)

1. Beto na casa em que morou em Ohio. 2. Família Biggs. 3. Na escola.

Formatura do High School!!! 

Todo intercambista tem suas próprias histórias e aventuras para contar, cada um aproveita de um jeito, usufrui de diferentes oportunidades e tudo mais. As minhas aventuras já são muitas e ainda estou contando! Minha mãe tem as dela lá nos anos 80 e o Beto também. Uma que ele contou, e que eu morro de inveja, é de um show do Metallica que ele foi num estádio de hóquei. No ano seguinte em que ele voltou (1998), o mesmo show virou DVD, o Cunning Stunts, que é meu favorito. Já paramos para assistir juntos o show na TV e cada vez que ele comenta das coisas que viu nesse dia, me dá uma inveja branca! 😛

Eu lembro até hoje da festa de chegada que minha família fez pro Beto quando ele voltou pro Brasil. Eu tinha só 9 anos, mas lembro como se fosse ontem! Acho que nessa idade eu nem sabia direito o que significava morar fora do país e provavelmente nem tinha noção de que minha mãe tinha feito a mesma coisa alguns anos antes. Que estranho!!!

Na época do meu tio, a comunicação era um pouco mais fácil do que na época da minha mãe, que era com cartas e ligações telefônicas bem esporádicas. E ele sempre foi apaixonado por tecnologia (assim como meu avô) e até hoje sabe muito dessas coisas… é de quem herdei meu lado ‘geek’, acho eu. Enfim, meu tio fez intercâmbio em 1996, ano em que o revolucionário ICQ foi inventado! E é claro que ele já estava conectado no negócio e, consequentemente, meus pais e meus avós também, pois ele deve tê-los convencido a instalar o ‘programinha’ para que pudessem testar esse novo tipo de comunicação. Totalmente revolucionário!

Lembro de estar no escritório da minha casa usando o computador com a minha mãe e uma telinha preta pular do nada com uma mensagem do tipo: ‘93847329 diz: Oi, Joice (nome da minha mãe)’. Mal haviam nicknames, eram só números! Aí minha mãe grita: ‘É o Beto dando oi lá dos Estados Unidos!!! Como será que faz pra responder???’ Nossa, que tecnologia!!! A internet era discada, o programa era super básico, mas, mesmo assim nos permitia alguma comunicação. Mais rápido que as cartas, né? Vejam só que evolução!

Não lembro se falamos com ele muitas vezes pela internet, mas sei que a comunicação entre ele e meus avós era definitivamente bem mais fácil do que na época da minha mãe, lá no comecinho dos anos 80. Que diferença. E se comparar comigo agora… nossa! Ligo pra casa praticamente toda semana e ainda consigo ver a carinha dos meus amados!!!

E querem ter a noção de como as coisas REALMENTE mudaram? Leiam os parágrafos a seguir:

A terceira intercambista da família Morgado foi a minha irmã! Ela fugiu um pouco do padrão e foi fazer High School na Alemanha (mesma coisa que o Rapha, friend aqui do blog) mal sabendo inglês ou qualquer palavrinha de alemão. Corajosa, até hoje não sei como ela conseguiu ficar fluente em alemão e melhorar tanto o inglês em apenas 1 ano!!!

Minha irmã é 1 ano e meio mais nova que eu e, supostamente, eu deveria ter feito intercâmbio primeiro, mas eu era muito medrosa, enquanto que ela era a mais corajosa. Quando voltou toda sabichona, inteligente e trilíngue, me encheu de inspiração pra correr atrás do meu próprio intercâmbio. Eu precisava de um incentivo recente, sabe? As histórias da minha mãe e do meu tio ainda não eram convincentes o suficiente.

Enfim, minha irmã foi para Alemanha em 2007, com 17 anos. Ela tinha um cartão telefônico que podia falar um zilhão de minutos por apenas 10 euros ou coisa do tipo. Gente, ela ligava TODO DIA em casa e falava sem parar, fora Skype e MSN, mostrava todas as roupas novas que comprava e tudo mais. E ainda ligava na hora da novela (era ‘A Favorita‘ que tava rolando na época, história bombástica da Flora e da Donatela, não se falava em outra coisa) ou ligava na hora que eu tava saindo pra faculdade, super atrasada pra aula. Ligava também, quando eu tava me trocando pra sair e ficava toda tristinha porque é super baladeira e foi morar num fim de mundo que não tinha nada pra fazer, aí eu morria de dó e ficava conversando com ela!

Mas quer saber? Mesmo assim ela curtiu pra caramba, viajou bastante na Europa, fez amizades que duram até hoje, aprendeu duas línguas praticamente do ZERO e hoje trabalha numa empresa alemã, tá indo super bem na vida. Intercâmbio muda a gente sempre pra melhor!!!

Outra coisa: minha irmã voltou CHEIA de fotos das viagens que fez, da mesma forma que eu vou voltar! Acho que minha mãe nem tem muitas fotos da época que fez intercâmbio, mas as que tem já devem lhe trazer boas memórias, como as que publiquei no post em que contei as histórias dela. Acho que hoje em dia com essa coisa de câmera digital e tudo mais, a gente tira foto de tanta coisa que nem dá mais tanto valor! Nos anos 80, o pessoal devia economizar as ‘poses’ dos filmes para os melhores momentos, por isso que adoro fuçar nos álbuns antigos da família. As fotos da minha mãe da época de intercambista são sensacionais!!!

Enfim… e eu sou a quarta intercambista Morgado! Eu vim mais velha, vim pra trabalhar e pra estudar também. Situações bem diferentes da minha mãe, do meu tio e da minha irmã, mas ainda assim me espelho muito no que eles conquistaram graças ao intercâmbio e agradeço muito pela motivação e incentivo que sempre me deram pra estar aqui!

Apesar de todas as dificuldades, amo ser intercambista!

Espero que tenham gostado desses posts um pouquinho diferente do que costumo escrever por aqui! Beijos e até a próxima!

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