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INTERCÂMBIO COM FOCO EM PROFISSÕES ATRAI PESSOAS COM MAIS DE 25 ANOS

O intercâmbio com foco em profissões é uma excelente forma de melhorar o currículo; saiba mais sobre essa modalidade

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Ainda bastante associado ao público jovem, há tempos o intercâmbio deixou de contemplar apenas as novas gerações. Se antes este tipo de experiência atendia majoritariamente aos estudantes de ensino médio e da faculdade, hoje há opções de cursos no exterior para todos os públicos e faixas etárias.

Segundo Bruno Contrera, gestor de cursos e universidades no exterior do STB, houve um aumento significativo na quantidade de pessoas interessadas em realizar intercâmbio focado em profissões. “Durante o primeiro trimestre de 2017, notamos um crescimento na procura por cursos para uso do idioma no ambiente corporativo, principalmente entre o público maior de 25 anos”, diz. E o número de pessoas entre 45 e 55 anos procurando por esse tipo de curso de idioma no exterior aumentou em 33% no último ano.           

Oportunidade de atualização profissional

Segundo dados divulgados em março pelo IBGE, o desemprego no Brasil atingiu a marca histórica de 13,7% no primeiro trimestre deste ano, afetando mais de 14 milhões de pessoas em todo o país. Mas, enquanto algumas pessoas enxergam este cenário com receio, outras preferem encará-lo como uma oportunidade para investir na carreira.             

Foi o caso do analista financeiro João Paulo Reis Vieira Santos, de 34 anos, que embarcou para os Estados Unidos logo após deixar o emprego no banco onde trabalhou por mais de cinco anos. “Decidi aproveitar esse
tempo para aperfeiçoar o meu inglês e ter uma experiência fora do Brasil antes de engatar uma nova experiência profissional. Procurei, então, por um curso que promovesse a melhoria do meu inglês e, ao mesmo tempo, que tivesse foco em negócios”, explica ele, que estudou inglês para negócios em Boston.          

Segundo Valquíria Manzini, diretora de projetos de carreira da RH Estratégia, decisões como as de João são bastante valorizadas pelos recrutadores durante um processo seletivo. “Em um processo de seleção, procuramos identificar características que demonstrem o quanto o profissional está aberto a novos aprendizados, aproveitando todas as oportunidades de adquirir conhecimento e experiência”, afirma.

“Dominar outros idiomas faz parte do perfil procurado pelas empresas. Além do idioma, cursos e seminários específicos no seguimento em que atua são ainda mais reconhecidos. Sendo assim, os que investem em uma formação profissional no exterior ganham maior visibilidade e conseguem se destacar na multidão”, conclui.

Estudantes de curso de idiomas e formação profissional no exterior

O fato de ter uma posição consolidada na área de atuação não impede que profissionais realizem este tipo de curso. Para Valquíria, manter-se atualizado é fundamental para garantir a permanência no mercado de trabalho, e os profissionais que ignoram a necessidade de fazê-lo correm o sério risco de se tornarem obsoletos.

“O mundo está em constante desenvolvimento: novas informações, práticas e técnicas aparecem o tempo todo. Aquele que conseguir estar atento a todas essas mudanças e inovações, conseguindo também colocá-las em prática, conseguirá fazer uma carreira mais sólida e ter reconhecimento. Os que se acomodaram a uma rotina são percebidos como ultrapassados e resistentes à mudança. Neste caso, poderão ser substituídos ou perder oportunidades internas com que sonhavam”, alerta ela.

Foi essa busca por atualização e aprimoramento que motivou a viagem de Gislene Monferdini, 37 anos, a Cambridge (EUA). Trabalhando como advogada corporativa há 15 anos, a profissional participou, em 2016, de um curso intensivo de inglês para advogados . “Além de melhorar o meu inglês com nativos, o meu objetivo também foi de buscar melhorias focando no meu trabalho”, afirma Gislene, que teve a oportunidade de estudar casos práticos para melhor entender a legislação americana durante as quatro semanas de curso. 

Alunos reunidos em sala de aula durante o intercâmbio focado em profissões

Quais as opções de curso para quem deseja fazer um intercâmbio focado em profissões?

Há dois tipos principais de cursos voltados para área de trabalho no exterior: os cursos de idioma com foco em profissões, que aliam o aprendizado do idioma com o vocabulário específico de cada profissão, e os cursos de certificados e extensão universitária, que têm o objetivo de complementar e aprimorar o conhecimento de profissionais ou de estudantes recém-formados dentro de sua área de atuação.

Qual é a duração dos cursos com foco em profissões?   

Quanto mais tempo a pessoa puder ficar no destino, maior será a sua evolução no idioma. Mas dispor de um longo período para permanecer no exterior nem sempre é possível, principalmente, tratando-se de profissionais já inseridos no mercado de trabalho.

Por isso, tanto os cursos de idioma com foco em profissão quanto os cursos de extensão universitária têm opções a partir de uma semana de duração, o que permite que eles sejam realizados durante as férias sem prejudicar a rotina profissional dos estudantes.

Quais áreas e idiomas são contemplados em um curso de idioma com foco em trabalho?

Lecionadas em inglês, espanhol, italiano, alemão e francês em mais de dez países diferentes, as aulas dos cursos de idioma com foco em profissões abrangem áreas como negócios, aviação, direito, marketing, engenharia, medicina e saúde, finanças e turismo.

Diferentemente dos cursos de idioma comuns (cuja temática é mais voltada para situações do dia a dia, como compras, família e transporte, por exemplo), as aulas dos cursos com foco na área de trabalho têm o objetivo de desenvolver o vocabulário específico de cada profissão e, em alguns casos, contam com profissionais do mercado de trabalho entre os professores.

Assim, nas aulas de inglês para aviação, por exemplo, o objetivo é treinar os profissionais para que possam se comunicar de forma eficaz tanto pessoalmente quanto por rádio e telefone, explorando o vocabulário particular deste universo, preparando-se para compreender diferentes sotaques. Já no curso de inglês para negócios, o foco é capacitar executivos para que sejam capazes de se comunicar dentro do escritório, desenvolvendo técnicas de apresentação e expressões específicas do mundo corporativo.        

O analista financeiro João Paulo Reis Vieira dos Santos, que realizou o curso de inglês para negócios em Boston, conta que a grade aliava aulas mais genéricas de leitura, redação e fluência oral a aulas de vocabulário específico. “Pela manhã, tínhamos aulas de ESL [English as a Second Language] e, durante a tarde, as aulas tinham foco em business e conversation, simulando questões comuns no ambiente de trabalho e discutindo business cases”, conta.

O que são os cursos de extensão universitária no exterior?

Além dos cursos de idioma com foco em profissão, programas de extensão universitária são muito procurados por pessoas entre 24 e 28 anos que desejam aprofundar conhecimentos específicos de sua área de formação ou mudar de profissão.

Eles são ministrados em inglês, francês ou italiano e acontecem dentro de renomadas universidades internacionais, como a University of California, nos Estados Unidos, e o Greenwich Management College, na Austrália.  As áreas contempladas passam, dentre outras, por administração de empresas, comércio exterior, empreendedorismo, direito, tecnologia, recursos humanos, finanças, engenharia, marketing, turismo e artes.

Há algum pré-requisito para fazer os cursos de extensão universitária?

As exigências para cursar idioma com foco em profissão variam de acordo com o país e a instituição de ensino escolhidas, mas, de maneira geral, é exigido ter conhecimento prévio do idioma que se pretender estudar.         

No caso de extensões universitária, as exigências podem incluir, ainda, a realização de testes de proficiência, a comprovação de experiência na área ou a realização de entrevistas com um professor ou coordenador da instituição de ensino. “O nível mínimo de idioma exigido é o intermediário e, para os estudantes que têm interesse em participar de programas com maior nível acadêmico, a realização de um exame de proficiência no idioma se faz obrigatória. Além disso, dependendo do tipo de curso escolhido, o estudante deverá apresentar evidências de experiência de trabalho para que possa ser aceito no programa”, explica Contrera.

 

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