O viajante Gabriel Nobrega nos contoucomo foi a suaexperiência de intercâmbio em Nova York de sete meses na EC English. No depoimento a seguir, ele narra a sua vivência fazendo novas amizades, superando desafios e aprendendo a viver como verdadeiro um nova-iorquino.
UMA CIDADE QUE ABRAÇA
Por Gabriel Nobrega
Quem nunca viu um filme ou seriado que se passa na espetacular Nova York? Aquelas imagens aéreas mostrando os arranha-céus, vistas deslumbrantes de tirar o fôlego… Tudo o que nos faz querer estar lá, vivendo um pouco disso, da cidade que nunca dorme.
Por mais estranho que pareça, há quem diga que não tem a mínima vontade de ir para lá ou, no caso dos que já foram, que não acharam lá essas coisas todas. Tristes dessas pessoas que não sabem o que dizem. Talvez não tenham aproveitado NY da melhor maneira. Existem várias maneiras de se aproveitar uma cidade e creio que aproveitei um pouquinho de cada nesses sete maravilhosos meses que passei lá. Aos que nunca foram, um recado: você não imagina o que essa cidade está guardando para você.
Cheguei em janeiro, sozinho, sem família ou amigos (foi a primeira viagem que fiz para fora do Brasil e só, diga-se de passagem), mas sem nenhum medo dentro de mim. Sem medo da cidade nova, da cultura nova, do país novo. Óbvio que rolaram aqueles questionamentos: será que ficarei bem sozinho? Farei amigos? Vou sentir muita saudade de casa, da família, dos velhos amigos?
Porém, nada que fosse assustador demais e que o tempo não fosse tranquilizar. Ao mesmo tempo em que estava só eu me via totalmente abraçado por Nova York e isso significava algo como “fique tranquilo, você está em casa agora”, o que fazia eu me sentir como um verdadeiro nova-iorquino. Se eu fosse levar em conta o lugar onde eu estava, isso seria um pouco contraditório: uma cidade gigante, com milhões de pessoas correndo (quase que literalmente) atrás de seus sonhos, sem tempo para parar e ajudar um perdido, novato e estrangeiro na rua.
Essas milhões de pessoas fazem Nova York ser incrível e tornaram minha viagem inesquecível. É indescritível estar num lugar tão rico culturalmente, com tanta gente diferente do mundo todo, ouvir línguas das mais variadas possíveis, experimentar todos os tipos de comida, culturas totalmente diferentes da nossa realidade. Era como viajar o mundo numa cidade só. Bairros latinos, italianos, chineses, russos, judeus, tudo a apenas alguns minutos de metrô entre um bairro e outro. Até mesmo na sala de aula, na escola que estudei (a EC English), era gigante a mistura de povos. Fiz o curso de inglês em Nova York com pessoas de mais de dez países ao mesmo tempo. Impressionante! Conheci gente e fiz amigos de todo canto do mundo e pretendo levá-los para o resto da minha vida. Eles foram a minha família longe de casa e tiveram papel importante como tal, me acolheram, me deram bronca quando foi preciso, me amaram incondicionalmente e me mostraram o melhor que tenho em mim. Foi com esses amigos que vivi muita coisa que nunca mais esquecerei, conheci lugares lindos e convivi diariamente na residência estudantil.
Passei por momentos inesquecíveis, como sair na rua no meio de uma tempestade de neve para me divertir, passeios de bicicleta noturnos cruzando a Brooklyn Bridge, sentar na Red Stairs e apenas observar a Times Square de madrugada, ver o pôr do sol no Hudson River ou o nascer dele no East River, cruzar todas as pontes de Manhattan ao entardecer, passear no Central Park coberto de neve durante o inverno, deitar no gramado do Bryant Park durante o verão para assistir um filme num cinema a céu aberto, ir às baladas mais famosas de NYC, visitar museus famosos e lugares alternativos frequentados apenas por locais ou simplesmente andar sem rumo e sem hora de voltar para casa. Sim, a cidade dá essas chances e as que a pessoa quiser, basta procurar direitinho e com vontade.
De fato, Nova York pode ser bem caótica, dependendo de onde você estiver. A multidão andando apressadamente nas ruas como se estivessem sempre atrasadas, as sirenes que não param nunca em toda a ilha de Manhattan, a correria nas estações de metrô na tentativa de não o perder, a Times Square com um engarrafamento de pessoas nas calçadas. Isso tudo pode ser um pouco decepcionante para quem pensa em ir e, realmente, me preocupou um pouco, mas no momento em que parei no meio da Times Square, no meu terceiro dia lá, numa noite gelada de inverno, e me toquei onde estava, pensei: “Caramba! Estou em Nova York!”. Todo o caos sumiu por um instante e percebi que estava vivendo um sonho! Além do mais, NYC não é só barulho e multidão. Inúmeros são os lugares que pensei: “Isso é mesmo NY? Está calmo demais para ser!”, locais silenciosos longe do centro e com bastante vegetação, esta que formava uma mata de verdade e não uma selva de pedra como Nova York é conhecida.
Sendo uma cidade calma ou agitada, o que importa é que todo mundo deveria visitar essa cidade ao menos uma vez na vida para sentir e viver tudo o que ela tem a oferecer. Eu tive essa chance e a agarrei com todas as forças que tive, e devo confessar que valeu muito a pena!
A DESPEDIDA DO MEU INTERCÂMBIO EM NOVA YORK
Por fim, o final de julho chegou e a hora de voltar também. Enfrentei muito frio, muito calor, ajudei, fui ajudado, chorei, ri mais ainda, aprendi, ensinei, me perdi no metrô, comi bastante hambúrguer com batata frita, conheci tudo o que queria, andei muito e o mais importante: me apaixonei por Nova York! Um lugar que antes eu via apenas como uma cidade grande qualquer, mas que hoje não vejo outro lugar para chamar de lar. Doeu voltar? Dói até hoje, mas precisamos acordar para sonhar novamente. Do mesmo jeito são os sonhos e objetivos de nossa vida, eles precisam ser realizados para novos surgirem. Voltei para casa com o sentimento de que poderia ter feito mais, mesmo sabendo que fiz mais do que o suficiente e com aquela vontade de voltar para lá o mais rápido possível. Quando será isso? O quanto antes, eu espero. Mas sei que quando chegar lá novamente, aqueles mesmos braços da cidade onde meu coração ficou estarão abertos e prontos para me receber com um “seja bem vindo de volta a sua casa”.
E ao STB, devo somente agradecimentos por, literalmente, tudo! Sem vocês, nada disso teria sido possível. A atenção e cuidado comigo durante toda a viagem foram incríveis! Muito obrigado por essa experiência!
NEW YORK 2016 by Gabriel Nóbrega
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