Geek style: passeios cool (e cinematográficos) de NZ

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Nunca fui para São Francisco, mas quando cheguei a Wellington e o vento bagunçou meu cabelo, só conseguia pensar em SF para comparar. Talvez na semelhança com os terremotos e o gosto de colocar uma casa em cima da outra nos morros.

Cheguei à Nova Zelândia me achando porque só trouxe uma mochila de 10 kg. Sonho da minha vida viajar sem ter que carregar salto, maquiagem, roupa de festa. Um ano sem viajar e penso que esqueci várias coisas, do tipo: não embarcar com líquidos e checar a previsão do tempo local. Confiei na palavra, lá é “primavera” e fui… Bom, minha primeira compra foi um corta-ventos lindo vermelho com design neozelandês, mas infelizmente made in China.

Já que fui às compras, aproveitei para descobrir o centro da cidade e para todo mundo que perguntava uma indicação de lugar para ir, todos os dedos indicadores me levaram à rua Cuba!

Quase uma Portobello road daqui, cheia de lojas de segunda mão, cafés, restaurantes indianos, japoneses, marroquinos e afins. Bares com quiz para turistas nerds, loja de discos, livrarias e uma instalação de arte destrambelhada que respinga água em quem passa. É um calçadão pra se perder uma tarde e engatar a noite.

Lembrei, falei que iria contar um pouco mais do Contiki. Todo mundo nestas bandas sabe bem do que estou falando. A galera quando se forma ou junta uma grana, pede de presente um Contiki, este mochilão organizado que passa de ponta a ponta das duas ilhas. Eles têm destinos dos mais variados para todos os gostos, fiquei na dúvida entre Costa Rica e aqui. Vou fazer só a ilha norte esta vez, mas confesso que a minha primeira opção era a ilha sul, superdisputada pelo aspecto de extrema natureza.

Dividi o quarto em Wellington com uma turma bem festeira. Mas este é o espírito do Contiki, hora pra começar com um café bem completo cedinho e sem hora para acabar. Sou daquelas que gosta de dormir cedo e com jeitinho pedi para o guia do grupo me achar duas colegas de quarto na mesma vibe diurna. Rolou!

Wellingtton é a terra de Peter Jackson, o diretor e idealizador dos filmes da trilogia de JRR Tolkien, O Senhor Dos Anéis. Tenho muito orgulho de dizer que li os livros antes dos blockbusters saírem. Brumas de Avalon e tal, tudo que tem um mago dentro eu gosto. Lógico que o primeiro passeio que comprei foi o tour Lord of The Rings.

Muita coisa foi gravada em Wellington, inclusive a primeira cena que os hobbits rolam de um barranco. Fui conhecer o tal barranco num parque da cidade e ao contrário dos meus colegas, nerds cinéfilos mega apaixonados pela trilogia, não rolei o barranco pra fazer foto.

No tour, que leva um dia, dá pra ver vários lugares em que o filme foi rodado, com direito a explicações de plano de câmera, extras e fofocas sobre os bastidores e a vida do elenco nos anos que passaram gravando na ilha.

A guia do tour, que virou negócio 13 anos atrás, apelidada de Lesley of the rings, é uma professional nerd que sabe até o numero de figurantes registrados para participar no filme – no caso, 20 mil aplicaram, mas ao ler a cláusula de que não poderiam sair da Nova Zelândia no período de anos, apenas 4 mil foram cadastrados e, destes, mil foram treinados e usados para extras de exército de elfos, orcs e outros seres da Terra Média.

Ainda bem que fui sem expectativas, não vi nenhuma paisagem entre as locações em que podia literalmente ver a Terra Média. Tudo é um grande truque cinematográfico, mas vale muito pelas curiosidades contadas e pelo aguçar da imaginação em olhar um pedaço de tronco, por exemplo, e entender como ele virou uma floresta toda.

Outro fato que muita coisa foi filmada na ilha sul, por sua natureza ampla, um tantão de coisas em estúdio e o resto criado pelas mãos do pessoal do Weta Workshopprodutora de efeitos especiais que o Peter Jackson é sócio. O negócio todo cresceu em torno do projeto d’O Senhor dos Anéis, uma fábrica de sonho que dá para conhecer, a entrada ao menos. No bairro de Miramar, a Hollywood da Nova Zelândia e quintal do Peter Jackson, quem passa na frente da casa dele até consegue ver a estatueta do Oscar pegando uma brisa na janela.

Três dias em Wellington dá pra se sentir uma gaivota local. O Jardim Botânico é uma boa caminhada pra se fazer – vale lembrar que fecha às segundas-feiras – e tem um planetário que, de fora, me deu vontade de seguir até Saturno.

Outra caminhada imperdível é a trilha do Monte Victoria. Trilhas urbanas têm a magia de nos fazer sentir parte da rotina de quem vive ali.

Para dias chuvosos o museu Te Papa Tongarewa tem um lado interativo gigantesco para entrar na história das ilhas, sua formação e influências culturais. Eu que tenho amor e respeito grande pelas culturas indígenas me vi horas descobrindo as relíquias do povo Maori.

Um bom tênis, capa de chuva, trança no cabelo e, por favor, um “obrigada!” na ponta da língua. No mais, o rolê tá garantido!

Michi spots in town:

Burger Liquor – 129 Willis Street, Te Aro
Te Papa Tongarewa Museu – 55 Cable St, Wellington 6011
Meow meow – 9 Edward St, Te Aro, Wellington 6011
Litle Beer Quarter – 6 Edward St, Te Aro, Wellington 6011
Slow Boat Records – 83 Cuba St, Te Aro 600
The Ferret Book Shop – 110 Cuba Mall, Te Aro, Wellington 6011
Paper Bag Princess Shop – 209 Cuba St, Te Aro, Wellington 6011

Nesse roteiro STB by Contiki, freaks e geeks se divertem do mesmo jeito: conheça o Northern Choice, o programa de Michelli Provensi pela Nova Zelândia!

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