Pós-graduação no exterior: inscrição, espera e decisão

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Para se inscrever em uma pós-graduação nos Estados Unidos, todo aluno passa por um processo muito diferente do que estamos acostumados no Brasil. Ao invés de uma simples inscrição ou uma prova de vestibular, o estudante precisa enviar à escola diversos documentos, incluindo seu histórico escolar, currículo e cartas de recomendação. Contei um pouquinho sobre esse árduo processo nesse post aqui sobre a ‘Preparação para a pós-graduação nos Estados Unidos’.

Vou contar um pouquinho sobre a minha experiência pessoal e como foi todo esse processo de decisão de fazer meu intercâmbio à inscrição e decisão sobre a faculdade. Tudo começou quando eu vim para Nova York em 2009 de férias do trabalho e fiquei apaixonada pela dinâmica da cidade. Nova York respira cultura, arte e diversidade, é uma cidade única onde parece que tudo acontece.

Sempre quis fazer intercâmbio, mas meus pais sempre me achavam muito nova e acabei deixando sempre para depois. Quando vim para cá senti imediatamente que esse era o lugar ideal para o meu intercâmbio e que eu precisava de um novo desafio.

Preparar-se para a faculdade é um processo trabalhoso e às vezes até te desanima, mas não há nada melhor do que quando você recebe a carta de aprovação mostrando que todo aquele seu esforço foi recompensado e que você está a um passo de começar a tão almejada pós-graduação. É realmente uma sensação excelente e eu fiquei muito feliz por ter ido em frente.

Comecei pelo básico, escolhendo os cursos que combinavam com o que eu planejava para o meu futuro, pesquisando tudo sobre eles, colhendo recomendações de amigos da área, ex-alunos e conversando com professores. Todos os cursos oferecem uma ‘apostila’ contando um pouco mais sobre eles e mostrando os projetos finais de alunos.

Optei por me inscrever em 4 faculdades de Nova York que ofereciam o curso que eu estava interessada, New York University, Parsons, School of Visual Arts e Hunter College. Em cada uma delas, apesar de diversas matérias serem muito muito similares, os nomes dos cursos eram diferentes, algo para se ficar atento. É sempre bom ter opções e, uma vez que a papelada já está toda pronta, as alterações na inscrição para uma ou outra faculdade são simples.

 

Como eu já estava em Nova York preparando meu inglês para conseguir uma boa nota no TOEFL, meus pais me ajudaram indo até a universidade onde me formei, pegando meu histórico escolar e diploma e encaminhando para uma tradutora juramentada. Feito isso, eles me enviaram ambos os documentos para eu poder continuar com o processo por aqui.

Iniciei o processo preenchendo os formulários online no site das universidades. Algumas faculdades oferecem a inscrição totalmente online, sendo que você precisa apenas enviar pelo site, scanneando alguns documentos chaves. Outras, parte da inscrição é online e parte por correio. Estando em Nova York eu também garantia que os documentos físicos chegariam nas faculdades a tempo, já que fui pessoalmente entregar.

Depois do preenchimento online, comecei a trabalhar no meu currículo e portfólio. O currículo aqui também é diferente do que estamos acostumados no Brasil. É muito mais formal, direto e o formato também muda um pouco. Assim, traduzi meu currículo brasileiro e comecei a fazer as alterações para o formato que eles estão acostumados. Também contei com a divina ajuda de amigos brasileiros que moram aqui e americanos que me deram dicas e me ajudaram linha por linha a escolher as palavras certas para contar minha experiência.

O portfólio fiz no Cargo Collective que fornece alguns layouts e ferramentas fáceis de alterar seu portfólio e deixar de um jeito clean, dando maior importância para o que é importante: seus trabalhos. A ordem dos projetos também influencia na apresentação, assim como essa é a oportunidade de você mostrar o seu estilo. Bem diferente de um currículo padrão, no seu portfólio você realmente pode mostrar quem você é e as áreas que tem interesse. O meu está aqui!

As cartas de recomendação também são necessárias e cada faculdade pede de duas a três. Elas devem ser de pessoas que já trabalharam com você, tiveram contato com seu trabalho, professores, mentores, pessoas que têm competência para escrever sobre você. Algumas delas deveriam ser enviadas pela pessoa por meio do próprio site da faculdade, outras por correio. Assim, pedi também uma cópia digital para poder imprimir e enviar para as faculdades que pediam os documentos impressos.

O mais complicado no entanto foi a tal do ‘personal statement’ (uma tradução ao pé da letra seria ‘afirmação pessoal’), uma carta onde você se apresenta, conta sobre você. Contar sobre sua vida profissional (sem ficar repetindo o que já está no currículo), o porquê das escolhas que optou por fazer na sua carreira, porquê quer fazer esse curso em questão, porquê na faculdade em questão, o que o curso adicionará a você e o que você adicionará ao curso, entre outros. Tudo isso em inglês formal perfeito, imagina o desafio.

Depois de tudo pronto e enviado antes da data, chega a hora da espera. As cartas de aprovação para quem se inscreve em dezembro, costuma chegar entre março e abril, ou seja, meses de incerteza se você foi aprovado ou não e espera. Uma ansiedade horrível, todos os pensamentos possíveis surgem na sua cabeça, é psicologicamente desgastante. Eu visitava a minha caixinha de correios na recepção pelo menos duas vezes por dia, na espera de novas correspondências e entre elas, a carta da faculdade.

Foi então que, finalmente, na metade de março, início de abril, duas cartas que ditariam os próximos passos do meu futuro chegaram. Fui aprovada no curso de Design e Tecnologia da Parsons e no Interactive Telecommunications Program na Tisch da New York University. As duas faculdades que eu mais estava interessada em fazer tinham me aprovado como aluna, enviando uma carta mega fofa e emocionante. Não imaginam a minha felicidade!

Mas era a hora de decidir qual das duas escolher. Ambas são excelentes faculdades, tanto o campus, corpo docente, matérias do curso e trabalhos finais dos alunos. Ambas são caras e praticamente o mesmo preço. Assim conversei muito com amigos e pessoas da área, com americanos e brasileiros, e acabei optando por me matricular na New York University, a NYU, devido a reputação internacional da faculdade, do curso e dos alunos que se formam lá, entre eles o apresentador Marcelo Tas e os fundadores do Foursquare, Dennis Crowley e Naveen Selvadurai.

Agora sou oficialmente uma aluna da NYU! Ainda preciso preparar diversos documentos que a faculdade pediu, porém uma preocupação a menos e muita alegria nessa hora. As aulas começam em setembro de 2011, no Fall (Outono), mas antes disso mesmo os orientadores do curso já fazem nos sentirmos dentro da faculdade. Já foi criada uma lista com os aprovados no curso e todo mundo já está trocando emails, marcando encontros e passeios, anunciando empregos e apartamentos para alugar. Eu estou mais empolgada do que jamais poderia imaginar, essa semana fui até a faculdade visitar a exposição com os trabalhos de conclusão de curso dos alunos que estão se formando.

E esse é apenas o começo de uma experiência que eu pretendo aproveitar ao máximo e poder compartilhar tudinho com vocês. Obrigada pelo apoio de todos os leitores do blog que acompanham a minha jornada por Nova York. NYU aqui vou eu!!!

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