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NATHALIA FUZARO FAZ TRABALHO VOLUNTÁRIO NO PERU

Neste post, você vai descobrir como foi a experiência da Nathalia, durante um trabalho voluntário no Peru

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Quando soube da Escola Intercultural Sol y Luna, que educa cerca de 200 crianças do Valle Sagrado – a maioria de famílias bem simples e que sobrevivem da agricultura –, meus olhos brilharam. Eu sempre quis visitar o Peru, especialmente Machu Picchu, e unir o útil ao agradável me pareceu perfeito.

Útil, no caso, para mim, pois por mais que o trabalho voluntário ajude outras pessoas, o que eu estava procurando mesmo eram as respostas às minhas dúvidas e dilemas existenciais. É a tal “crise dos 30”: um belo dia acordei sem saber ao certo quem sou ou para onde vou, faltava um propósito.

Minha vontade era tirar um tempo sabático para pensar na vida, mas sem abandonar as facetas dela que tanto amo – o marido, os esportes, a família etc.. Viajar para um lugar mais perto e famoso por sua energia poderia ser uma boa saída para realizar esse anseio interno. E então me apareceu o Sol y Luna!

Turminha do barulho no ensaio para English Day, em escola voluntária no Peru

Financiada pelos lucros do hotel Sol y Luna e por benfeitores (sejam hóspedes ou amigos generosos), a escola homônima é uma graça. Há uma casa na árvore e as paredes são decoradas com mosaicos coloridos que exibem mensagens educativas como “recicle, reutilize, renove”, ou “cuide da água hoje, tem um valor para amanhã”. Mas o que mais me impressionou ao chegar aqui foi a energia das pessoas. Tanto os professores quanto os alunos são felizes, apesar de todas as dificuldades.

Primeiro dia de Trabalho Voluntário com Crianças

Mensagens educativas nas paredes das escolas do Peru

Logo no primeiro dia de trabalho voluntário com crianças, nos acolheram calorosamente e conforme os dias passam ficamos cada vez mais próximos. Percebi que, para quem nada tem, qualquer coisa vale ouro – seja carinho ou uma roupa usada. Por isso, todos aqui são muito gratos por tudo que têm e essa alegria contagia! Passamos as manhãs juntos e esta semana estamos ensaiando musicais para o English Day, cada classe uma música – a fundadora, Petit Miribel, faz questão de que todos aprendam o idioma para que possam trabalhar com turismo no futuro (uma das principais fontes de renda da região). E por falar em idioma, me surpreendi com a facilidade para compreender o Espanhol dos peruanos. “Eles falam mais devagar e de maneira mais clara que os próprios espanhóis”, diverte-se Léa Dronneau, de 22 anos, voluntária francesa que está trabalhando com os deficientes físicos da escola há cerca de um mês.

Aula prática de culinária no trabalho voluntário com crianças no PeruOs niños chiquititos são mais abertos, brincamos correndo pelo gramado, conversamos bastante durante o recreio e almoçamos juntos também. De barriga cheia, ainda compartilhamos histórias como a dos Três Porquinhos e da Branca de Neve. Reina, uma doce menina, e Mariela, a sapeca falante, ambas de seis anos, são minhas melhores amigas agora. Elas moram no abrigo Sementes de Jesus; Reina porque é orfã, Mariela porque sua família mora muito longe da escola, então ela só volta para casa aos fins de semana. Fomos conhecer o lugar e fiquei encantada: o ambiente é bem agradável e tudo é limpo e organizado pelos próprios moradores. É também uma opção de estadia para os voluntários, àqueles que procuram um contato mais intenso com as crianças ou preferem uma hospedagem low budget. No momento, há três voluntárias alemãs vivendo lá.

Meninas Ully, Yasmin e Stefanie se divertindo durante as atividades escolares

Eu, particularmente, confesso que estou adorando ficar hospedada no hotel Sol y Luna. Além de estar ao lado da escola (e me dar o espaço necessário para pensar na vida), ainda oferece passeios turísticos pelo Peru, que aproveito para fazer à tarde depois do trabalho voluntário. É uma forma de relaxar e conhecer mais da cultura local também.

Fomos ao sítio arqueológico de Moray, que era usado como laboratório agrícola dos Incas; às Salineras de Maras, onde até hoje produzem sal com a água que nasce da montanha usando as construções e técnicas desenvolvidas pelos ancestrais; contornamos o rio Urubamba de bicicleta; exploramos a cidade e seu entorno de quadriciclo…

Tenho achado a fórmula trabalho + descanso perfeita até para assimilar melhor tudo o que tenho aprendido. Dia desses, ao observar as montanhas do conforto do meu quarto, lembrei do que a fundadora do abrigo Sementes de Jesus me falou sobre o conceito andino de Ayni, que significa reciprocidade/cooperação em Quechua (a língua nativa) e é muito presente no Valle Sagrado. “Eu te ajudo hoje, e você me ajuda amanhã”, explicou Isabel. E qual seria o resultado do trabalho coletivo, senão o progresso? Em breve, o STB viabilizará o este programa que testei e eu o recomendo, de coração – cheio de amor, energia, alegria, respostas e saudades, desde já!

O conforto do hotel Sol y Luna, Peru

Quer fazer trabalho voluntário no exterior? Procure o STB e conheça as opções!

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