5 características fundamentais que uma Au Pair deve ter

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Meeting da Au Pair Care com Au Pairs de várias partes do mundo 🙂

Ser otimista.

Provavelmente você vai sair do Brasil com milhões de expectativas sobre sua ‘nova vida’ e, quando chegar aqui, infelizmente, se decepcionará bastante. Não porque é ruim, mas porque a maioria das coisas certamente não acontecem da maneira que você espera.

Seus host parents pareciam perfeitos e carinhosos nos emails e pessoalmente são muito mandões e super frios. Suas crianças pareciam ser as mais fofas e comportadas do mundo, mas na verdade são muito birrentas e não te respeitam. Você não sabia que um quarto no basement (porão) poderia ser muito gelado e que não tinha janelas. Você precisa dividir o mesmo banheiro com as crianças e não tem nem espaço para deixar sua escova de dentes. Você descobriu que tem horário para chegar em casa nos finais de semana, coisa que nunca aconteceu na sua vida no Brasil.

Pois é, essas coisas acontecem e são muito comuns, mas são apenas… detalhes. Seja otimista e tire o melhor de tudo. Você vai aprender muitas lições todos os dias e quando superar cada desafio terá orgulho de si mesma e verá o quanto amadureceu em apenas algumas semanas.

Vivo dizendo que ser Au Pair não é pra qualquer um, até por isso listei todas essas características abaixo. Mas sem dúvida otimismo é a mais importante de todas, pois a vida se torna muito mais interessante se você considerar até os momentos ruins como experiência e história pra contar. Nada na vida são flores, na vida de Au Pair MUITO MENOS! Mas os momentos bons compensam todos os ruins e é por isso que eu tenho certeza que vale a pena viver tudo isso aqui.

É um estilo de vida temporário e que, no máximo, te trará histórias incomparáveis para você contar para seus netos. Ou até mesmo para seus amigos no Brasil quando voltar.

Não desista e seja feliz. Aproveite cada segundo, pois eu tenho certeza que depois fará falta… a gente nunca está feliz com o que tem nas mãos, então é melhor curtir o momento do que não curtir nada, né?

Morrendo de frio, atrasadas para pegar o trem e fazendo ‘vaquinha’ para tomar um café da manhã decente no último dia do ano. Histórias pra contar!

Ser paciente!

Sem dúvida essa é uma característica fundamentalíssima, principalmente se considerarmos o fato de que uma Au Pair trabalha (e vive) com crianças o tempo todo. Crianças são fofas, nos surpreendem, fazem a gente rir… mas não são nada fáceis. E digo mais: difícil ainda é cuidar e disciplinar o filho dos outros e ter que ‘educar’ os pimpolhos seguindo regras com que às vezes você mesma não concorda. Paciência. É por isso que comprovar horas de experiência com crianças é tão importante para a participação do programa. Você precisa ter muita certeza que não vai perder a cabeça com uma criança que está numa fase ruim e te deixando louca!

Eu cuido de 4 crianças aqui e muita gente me acha louca mesmo. Eu até acho que sou. E tenho ainda mais certeza disso quando os 4 estão ‘atacados’ e eu não sei de onde tirar forças pra continuar meu dia ou me pergunto milhões de vezes ‘O que é que vim fazer aqui?’.

Meu segredo para não surtar? Fujo da bagunça para respirar por alguns segundos (finjo que estou super apertada para fazer xixi e peço para os maiores olharem os bebês 1 segundinho), conto até 10, fecho os olhos e penso numa coisa boa (no estilão ‘gusfraba’ do filme ‘Tratamento de Choque’) e volto com minha paciência recuperada (ou pelo menos PARCIALMENTE recuperada), pronta pra organizar a bagunça dos pequenos. Se é fácil? Lógico que não! É puro talento!!! Se você praticar, terá mais paciência… mas também acredito que essa é uma coisa que você nasce com ou sem. Tenha certeza disso ou voltará pro Brasil de cabelos branquinhos (todo mês dou uma conferida nas minhas madeixas, mas graçazadeus está tudo bem moreno ainda)!

Ter espírito aventureiro.

Essa é uma coisa que, acreditem, não nasceu comigo! Eu fui desenvolvendo meu espírito aventureiro aos poucos, principalmente depois de ver muitos amigos (e inclusive minha irmã MAIS NOVA) morarem fora do país e voltarem cheios de histórias para contar. De ver gente postando fotos de viagens e lugares incríveis no Facebook/Orkut e me deixarem sentir uma invejinha branca, aquela sensação de ‘putz, o mundo é enorme e estou aqui parada…’.

Já está para completar meu primeiro ano ‘auperiano’ aqui nos EUA e, em relação às viagens e às coisas que gostaria de fazer aqui fora do trabalho, percebo que ainda não fiz nem metade e o relógio está correndo. Ao mesmo tempo, percebo que fiz muita coisa que se ainda estivesse no Brasil toda acomodada, nunca teria corrido atrás. Fiz muitas viagens legais, saltei de pára-quedas (!!!), viajei sozinha, me perdi sozinha, perdi o último trem pra casa e estava sozinha, fiquei trancada para fora de casa no maior frio durante horas… isso tudo é aventura e história pra contar! O importante é sempre estar pronto pra encarar alguma coisa! Seu ano como Au Pair não será um dos mais fáceis da sua vida, mas com certeza te proporcionará experiências únicas.

Eu era uma menina que morria de medo de montanhas-russas, hoje sou muito, mas muito fã. Eu dizia que não queria fazer intercâmbio porque morreria de saudade de papai e mamãe e hoje estou aqui. Ainda encho o saco deles por telefone, choro minhas pitangas… mas quando a coisa aperta, tenho que me virar sozinha, não tem nada que mamãe e papai podem fazer, além de me escutarem.

Colecione histórias 🙂

Saltando de pára-quedas em Las Vegas!

Ter a mente aberta.

Importantíssimo! Você vai viver com pessoas diferentes, numa cultura diferente, regras e hábitos diferentes, comida diferente. Tenha sempre a mente aberta para conhecer e experimentar o novo. Você não precisa gostar, mas não julgue. O Brasil, no ponto de vista dos estrangeiros, também tem várias esquisitices. E sabe qual é uma das maiores esquisitices brasileiras, segundo muitos dos meus amigos gringos? Passar o ano novo de branco!!! Pois é, pra gente pode ser normal (tem gente que acha cafona), mas é natural. Quando assistimos Copacabana na TV e vemos aquele mundaréu de gente de branco, achamos até bonito, né?! Aqui não tem disso. Do mesmo jeito que não temos o hábito de reunir a família todo santo Natal combinando cor de roupas (às vezes usando exatamente a mesma roupa) para tirar uma foto com todas as crianças sentadas no colo de um Papai Noel contratado (porque o de verdade está muito ocupado nessa época) para, enfim, usar a foto como cartão de natal e enviar com uma mensagem bonita para todos os seus conhecidos. Diferenças. Culturas!

Ser bastante comunicativa.

Não estou dizendo que pessoas tímidas não servem para o programa, acho até que é uma boa oportunidade para se soltar, pois aqui é cada um por si. Mas…

– Se você se comunicar bastante, seu inglês melhorará com muito mais rapidez! Eu falo bastante, converso com todo mundo, puxo assunto, gosto de pedir a comida para o garçom para verificar se minha pronúncia está melhorando. Gosto quando mostro meu passaporte na entrada das baladas e o segurança já lança um ‘você é brasileira??? Que legal! O que tá fazendo aqui nesse fim de mundo?’ Já abro minha vida em inglês pro pessoal. Falo mesmo, nosso sotaque é super cool e falar errado é super normal se você é de fora! Foi falando sem parar que alguém me corrigiu e eu aprendi (ou acho que a aprendi) a diferença de pronúncia das palavras ‘cheap’ (barato), ‘tip’ (gorjeta ou dica), ‘ship’ (navio) e ‘sheep’ (ovelha). Eu falava tudo do mesmo jeito, achava impossível diferenciar! Uma vez tava falando com o irmão do meu host eu falei ‘There is a website selling very cheap tickets’ (Tem um site vendendo tickets muito baratos). Aí ele me respondeu: ‘Mééééé éé ééé…’ e começou a rir! Aí eu me toquei que o jeito que falei ‘CHEAP’ parecia ‘SHEEP’, então acabei dizendo que achei uns ‘tickets muito ovelha’ no site, hahaha! Nunca esqueço disso e agora presto sempre atenção quando vou falar essas palavras!

– Se você for comunicativa, com certeza fará amizades com muito mais facilidade! O mundo auperiano te dá chances de conhecer pessoas do mundo inteiro! Geralmente as brasileiras se unem, pois são muitas, mas a oportunidade de conversar com pessoas de outros países fora Brasil e Estados Unidos é muito bacana, você sempre acaba aprendendo alguma coisa. Então… converse, pergunte, se interesse pelos outros. Do mesmo jeito que a gente adora falar do nosso país e compartilhar o que nossa cultura tem de bom, os franceses, alemães, sul-africanos, colombianos etc, também gostam muito!

É o que tem pra hoje, pessoal! Espero que tenham gostado desse post 🙂

Beijo!

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