Um dos lugares mais inóspitos e fascinantes do mundo, o Altiplano boliviano está na rota do aventureiro post-modern, cansado de explorar o já explorado, de conhecer o que já foi falado e desbravar trilhas antes abertas por outros forasteiros. Para você que já não fica sem fôlego por qualquer coisa, eis aqui um dos últimos destinos onde o silêncio é ensurdecedor.
A mais de quatro mil metros acima do nível do mar está o Salar de Uyuni, o único deserto de sal do planeta. A paisagem é lunar, não há vida sobre o mar seco que se formou entre os Andes e o Pacífico. Há, sim, oásis que encontramos pelo caminho, zonas úmidas onde de repente surgem lagos repletos de flamingos, gêisers e pequenos povoados com casinhas feitas com pedras – de sal.Olhar além do alcance e lá na frente mais vilarejos, Tahua, Coquesa e Jirira, tão miudinhas e camufladas que mais parecem ilusões de ótica. Vivem ali há milênios, protegidas por vulcões e pela altitude, terra onde as influências de Evo Morales ainda são rarefeitas, lugar para olhar para o nada, para dentro. Porque uma pitadinha de solidão faz bem a alma.