Intercâmbio atual x Intercâmbio no passado – Parte 1

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Não sei se já comentei por aqui, mas venho de uma família de intercambistas. Não, minha avó não foi Au Pair na Polônia quando tinha 18 anos, mas há um histórico mais recente na família Morgado que explica um pouco a minha coragem de estar vivendo essa experiência e também a motivação de ter corrido atrás de tudo para encarar o desafio.

Eu estava em busca de ideia de posts para escrever e fui pedir ajuda para meus pais, pois são duas pessoas extremamente ‘mente aberta’ e criativas! Conversa vai, conversa vem, meu pai acabou citando a época em que minha mãe fez intercâmbio e acabei fazendo uns rascunhos que resultaram nesse post!

Hoje vou contar a história da MINHA MÃE! Ela foi a primeira intercambista da minha família lá no começo dos anos 80 (no finalzinho de 81, para ser mais precisa). Meu avô sempre foi moderninho, tem a cara dele mesmo ser capaz de mandar uma filha estudar no exterior, mesmo naquela época em que ser intercambista ainda era novidade. Na infância, minha mãe estudou na Escola Americana de Santos, que tinha como público principal (mas não somente) filhos de estrangeiros que se mudaram para o Brasil, então ela tinha vários amigos ‘gringos’ e aprendeu inglês desde pequena. Acho que tudo isso contribuiu para que ela fizesse intercâmbio, tendo em vista que nos anos 80 ainda não ensinavam inglês nas escolas como matéria obrigatória e tudo mais.

Minha mãe terminou o colegial no Brasil e com 18 anos foi fazer o 3º colegial durante 6 meses nos Estados Unidos, mais precisamente em Dallas, no estado do Texas. E sim, com 18 minha mãe já namorava o meu pai há 6 meses e eu adoro ouvir as histórias sobre isso. Inclusive, uma vez achei uma caixa com as cartas que escreviam um para o outro e dei uma lidinha básica, coisa mais bonitinha!

Aí listo as minhas primeiras observações sobre o intercâmbio hoje em dia e o intercâmbio na época da minha mãe: não existia computador e obviamente também não havia internet, não havia Skype e chamadas de vídeo, não havia celular e nem SMS, não havia nenhum tipo de comunicação instantânea. Eu acho lindo escrever cartas, gostaria de ter tirado mais proveito disso na vida em vez de apenas escrever e-mails e coisas do tipo. Mas quando paro pra imaginar minha vida aqui sem internet… meu deus, dá até um desespero!

Meus avós contam que eles se reuniam uma vez por mês ou até menos para ligarem para minha mãe lá (ou melhor, AQUI) nos Estados Unidos. Era um acontecimento!!! Meu pai, que na época morava no prédio ao lado de onde meus avós ainda moram, ia lá na casa deles para participar da ligação e conseguir falar com a minha mãe. A ligação devia ser um absurdo de cara e provavelmente não tinha uma qualidade muito boa! Sempre penso… como minha mãe aguentou 6 meses morando fora do país sem poder se comunicar direito com ninguém aqui no Brasil? GUERREIRA! Mesmo que eu ache que comunicação demais até atrapalha, mas não vamos reclamar, né? Se meu Skype um dia parar de funcionar, acho que volto pra casa no dia seguinte!

E como vocês podem ver, o relacionamento dos meus pais deu certo! Estão juntos e lindos até hoje. Até acho que devem ter rolado uns babados entre intercâmbio e casamento que eu nunca fiquei sabendo, afinal eram muito novos, mas o que importa é que estão felizes até hoje e me trouxeram ao mundo, né???

Minha mãe manteve contato com a host family dela por carta durante ANOS. Um pouquinho antes de eu vir pra cá, ela me mostrou as últimas que recebeu. Me deu uma nostalgia por ela, que parou de receber cartas depois de um tempo e se pergunta até hoje o que pode ter acontecido com os host parents. Eles já estavam velhinhos, provavelmente partiram… mas e o host brother dela? Pois é, ela tinha um ‘irmãozinho’ americano de 6 anos na época! Hoje em dia deve ter namorada, esposa ou, quem sabe, até filhos! Que estranho! Sou Au Pair de 4 nanicos… só de imaginar meus babies de 18 meses indo pra escola daqui uns 3 anos, namorando e fazendo xixi no vaso já são mudanças muito radicais para minha cabeça, imagina vê-los casando??? OH GOD!

 

Enfim, essa é a história da minha mãe! No próximo post, contarei a história de mais duas gerações ‘Morgado’ que se aventuraram pelo mundo afora. Até breve, people!

 

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