MEU INTERCÂMBIO EM LOS ANGELES

A viajante Camila Costa de Castro nos contou como foi seu intercâmbio em LA, na ELS. No depoimento a seguir, ela narra as suas escolhas antes de ir para Los Angeles, o motivo de fazer intercâmbio e a importância de vivenciar novas experiências.

If not now, when?

Por Camila Costa de Castro

Apesar de ser um sonho, fazer um intercâmbio nos EUA nunca esteve nos meus planos. Sempre achei que depois de me formar no colegial, já emendaria a faculdade. Durante a faculdade, já precisaria arrumar um estágio e, ao acabar o curso, já deveria estar empregada. Largar tudo para viver fora do país não se encaixava em nenhum desses momentos.

Depois de fazer todo esse caminho como eu mesma planejei, me vi cinco anos em um mesmo emprego, sem muita perspectiva de aprender coisas novas ou crescer ali dentro. Foi quando o estalo bateu: por que não fazer o intercâmbio agora? “If not now, when?”.

Junto com meu namorado, fomos atrás da melhor agência de intercâmbio. Irlanda, Canadá, Austrália… Não sabíamos bem o que queríamos. Até que fomos apresentados a uma promoção de intercâmbio em Los Angeles. Estudar no coração de Hollywood pareceu a opção perfeita. Califórnia seria o cenário da melhor experiência das nossas vidas.

Cada vez que eu ia ao banco pagar uma das parcelas, saía chorando de emoção e felicidade por eu mesma conseguir bancar meu sonho. Fazia isso sempre durante os almoços no meu emprego, do qual pedi demissão no final de 2015. Até que o tempo voou e 30 de janeiro de 2016 finalmente chegou: o dia do embarque! Malas despachadas, família no aeroporto, mas a ficha ainda não tinha caído. Umas 12 horas depois chegamos em um domingo mega chuvoso em Los Angeles. Ensopados e carregando três malas grandes, paramos em um Dunkin’ Donuts para fugir da chuva e conseguir wi-fi para chamar o Uber. Pedido feito, chegamos em frente à residência estudantil que nos abrigaria durante os três meses de intercâmbio.

A partir daí, a ficha foi caindo. Conheci meu quarto e minha roommate, da Colômbia. Ela também foi fazer intercâmbio com o namorado, então nos demos bem logo de cara. A residência tinha seis apartamentos divididos entre homens e mulheres, além da área comum com churrasqueira e cesta de basquete, cenários de festas, reuniões, estudos e conversas em todas as línguas possíveis. Na residência ainda moravam árabes, chineses, coreanos, japoneses, turcos e só mais um brasileiro, que estava em seu último dos seis meses de intercâmbio. Nos outros dois meses morei em outro apartamento na mesma residência, dividindo o quarto com uma russa que tinha a música tema de O Clone como despertador, antes mesmo de me conhecer. Best roommate ever!

Já a escola de inglês em Los Angeles, não poderia esperar nada melhor. Estudei na ELS, localizada no mesmo prédio que uma faculdade de cinema, em frente ao Cinerama – um dos cinemas mais tradicionais da cidade, em forma de doma – e na esquina a Amoeba Music, aquela loja de CDs que é parada obrigatória na cidade. Apesar de já ter uma boa noção da língua, cada aula me desafiava a aprender mais e mais. Acho que tudo deu certo: fui até convidada pela diretoria da escola para participar do vídeo institucional da ELS Hollywood, como representante do Brasil! Jamais imaginaria que aquela menina tímida estaria falando inglês em frente às câmeras. Só em Hollywood mesmo…

Na rua de cima da escola já me deparava com as estrelas da calçada da fama que te levam rumo à Hollywood Blvd, a rua que abriga o Chinese Theatre, El Capitan (teatro e cinema da Disney) e o Dolby Theatre, palco do Oscar! Nesse pedaço acompanhei de perto o tapete vermelho do Oscar e várias premières do cinema, como Guerra Civil. Com o TAP, cartão do transporte público de lá, eu e meu namorado íamos pra todo canto. Em uma hora e meia estávamos em Santa Mônica, curtindo o parque de diversão no píer e a vista mais maravilhosa do que era Califórnia pra gente. Venice Beach e suas pistas de skate, Long Beach e a marina cheia de restaurantes charmosos, Griffith Observatory com uma vista espetacular de toda a cidade. Andamos pelos diversos museus da cidade, como o Getty Center e Getty Villa e seus jardins fotogênicos, Los Angeles County Museum of Art e os postes de luz mais famosos do mundo, Natural History Museum of Los Angeles County, que abriga um jardim de rosas maravilhoso. Se você se organizar direitinho, dá para visitar esses museus de graça! Todos possuem free entrance uma vez na semana ou no mês.

Ainda tive a oportunidade de pegar a estrada e visitar outras cidades e estados. Fomos para Las Vegas curtir as luzes e os cassinos, para o Grand Canyon viver a sensação inexplicável de ser tão pequeno em meio a natureza. Com os amigos da residência vi neve pela primeira vez na vida em Big Bear. Passei o meu aniversário em San Diego e lá conheci a praia mais linda de toda a minha vida: La Jolla Cove, com mar azul e leões marinhos tomando sol. Fui para Anaheim conhecer a Disneyland e o Disney California Adventure, dois dias de mais um sonho realizado. Em Valencia superei todos os meus medos enfrentando as piores montanhas-russas no Six Flags. Em Glendale, me apaixonei pelo clima de cidade antiga. Quando você vive uma vida nova em outro lugar do mundo, ir à lojinha de conveniência da esquina já é uma experiência e tanto.

Três meses passaram voando e de volta ao Brasil, posso dizer que essa viagem foi a melhor experiência da minha vida. Fazer um intercâmbio é se permitir aprender coisas novas todos os dias, seja fazendo um pedido no restaurante ou apresentando um trabalho em frente a classe. É vivenciar novas experiências a todo momento, expandir o conhecimento, aprender a respeitar o diferente e chegar a conclusão de que o mundo é mesmo muito grande para ficarmos sempre no mesmo lugar.

Meu intercâmbio em LA