Dez coisas que aprendi morando em Londres

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Pois é meus amigos… Pouca gente sabe, voltei para o Brasil. Mas fiquei apenas o tempo de tirar um outro visto e já estou de volta a Londres! Apesar de ser um tempo considerado ótimo para aprender inglês, acho que 6 meses não foram o suficiente para ver e viver tudo que eu tinha que viver por aqui!

Pensando nisso, achei legal fazer tipo uma retrospectiva de tudo. Depois que cheguei no Brasil, percebi que tinha mudado como pessoa e acho muito importante compartilhar isso com vocês, principalmente se estão pensando em se jogar no mundo como eu fiz.

1. A Europa não é perfeita e o Brasil é muito melhor do que a gente pensa!

A gente fica tanto com essa ideia de que tudo na Europa é perfeito e organizado, que esquecemos um pouco de dar valor ao que a gente tem no Brasil. Claro, São Paulo é um caos, a cidade é suja, tem bastante gente mal educada… Mas já pararam pra pensar como o clima é bom? Não neva, temos vários dias de Sol, calor ou até aqueles dias quentes, mas fresquinhos. O inverno de Londres dura uns 7, 8 meses e quando é verão o povo lá dá muito valor! Diferente da gente que está sempre reclamando do calor. Em Londres as ruas também eram sujas. E a comida é sem gosto, não dá nem para comparar com a comida do Brasil. Temos muito mais opções de restaurantes com preços mais em conta e a nossa comida é mais saborosa. Isso posso dizer com certeza! Mas cada país tem suas particularidades, boas e ruins. Não podemos ficar comparando e nem endeusando um país, porque a grama do vizinho não é sempre mais verde.

2. Precisamos voltar a dar valor aos pequenos detalhes da vida.

Quando a gente vai para outro país, ficamos muito mais vulneráveis a tudo, então tendemos a ficar mais abertos a novas experiências e dar mais valor as pequenas coisas da vida. A arquitetura da cidade, os ladrilhos que eles colocam nas calçadas. O jeito que os ingleses andam, se vestem… E até uma balada chata que a gente vai, mas que acha divertida porque não conhece nenhuma outra melhor. A gente fica mais apto a aceitar as diferenças, a não reclamar de tudo. Quando voltei daqui pro Brasil, percebi que nem a minha balada preferida fazia mais sentido pra mim. É estranho porque parece um pouco de crise de identidade… Mas eu tenho tido vontade de fazer coisas diferentes e simples como encontrar os amigos em um parque e passar a tarde inteira conversando com eles até o Sol se pôr. É o tipo de coisa que a gente perde um pouco depois de morar por muito tempo no mesmo lugar. Parece que nada é novo, nada surpreende. Mas precisamos ser mais aberto aos detalhes e deixar as coisas tocarem a gente de uma forma diferente. Se não nada muda, tudo vai ser sempre igual e um pouco entediante.

3. Eu não preciso de nem metade das minhas tralhas para viver.

Se vocês entrarem no meu quarto no Brasil, vão se maravilhar com a quantidade de coisinhas legais que eu tenho. Cada caixa de sapato em baixo da minha cama é uma surpresa, até eu mesma gosto de tirar um dia para fuçar nas minhas próprias coisas porque são tantas que eu nem lembro. Mas quando fui pra Londres não podia levar nenhuma delas… E eu acabei percebendo que, na verdade, não preciso delas. Só tenho dó de jogar fora, sabe? Então a gente vê que dá pra viver por completo com apenas uma mala de roupas e seu notebook, porque você acaba começando uma ‘nova vida’ e nem sente falta de nada! Então, com certeza, vou fazer uma limpa no meu quarto agora que estou no Brasil de novo. O problema vai ser quando eu voltar de Londres (pra valer) e tiver que trazer as tralhas de lá. Porque eu acabei começando uma nova coleção de tralhas! Acho que preciso aprender a me controlar, isso sim hahaha…

4. Família e amigos próximos são as únicas pessoas que realmente importam.

Saudades do Brasil a gente sempre sente. Mas o que mais faz nosso coração ficar apertadinho são a família e os amigos. Quando voltei pro Brasil, foi super difícil administrar meu tempo para conseguir rever todo mundo. Mas também aproveitei e risquei algumas pessoas da lista da vida pois percebi que elas não faziam a menor diferença e nem faziam questão de ter a minha amizade. Daí a gente fica sempre tentando fazer malabarismos para conseguir dar atenção para todo mundo, mas quem realmente merece são as pessoas da nossa família e nossos melhores amigos. Passei um tempão com meus avós, tomei mais cerveja com meu pai, tentei aproveitar um pouquinho minha mãe em casa… Não tem quem substitua essas pessoas, elas realmente fazem muita falta. Então não deixe nada tomar o lugar deles, pois eles merecem ser a sua prioridade, sempre.

5. O amor ainda é possível!

Fui morar em Londres para ver se descobria o que eu ia fazer da minha vida profissional e voltei com um namorado. Pois é minha gente… Eu que estava solteira há uns 4 anos e já sem acreditar muito no amor, acabei encontrando uma pessoa incrível na viagem que eu nunca nem ia imaginar que ia mudar tanto minha vida. Eu continuo um pouco com a crise profissional, mas agora além de tentar resolvê-la eu tenho que tomar decisões incluindo ele. E isso muda tudo, já que ele é da Europa e não pretende se mudar para o Brasil comigo. É uma perspectiva de futuro totalmente diferente da que eu imaginava, mas estou fazendo isso porque quero. Não só por ele, mas principalmente por mim. Fazia tempo que não me via tão feliz quanto estou agora e acho que vale a pena tentar.

6. A temperatura da cerveja é importante, mas o clima do país também.

Inglês bebe muita cerveja, isso é fato. E quando você vai pra lá, se não gosta de cerveja, tem grandes chances de começar a gostar. Tirando o tradicional pint inglês, que é servido na temperatura ambiente, o normal é tomar pints gelados, mas não tão gelados quanto a gente está acostumado no Brasil. No começo eu estranhei um pouco o tamanho, mas com o tempo fui me acostumando. As cervejas de lá têm o gosto bem mais forte, e eu achei que quando voltasse pro Brasil ia odiar a cerveja daqui pois um dia tomei uma Skol lá e achei que parecia que tinham colocado metade da garrafa cerveja e metade água. Horrível! Mas agora que voltei, ainda achei as cervejas brasileiras uma delícia. O motivo: a temperatura. Aqui no Brasil é muito melhor tomar as nossas cervejas estupidamente geladas porque está tão calor que precisamos de um refresco. E o bom de serem ‘aguadas’ é que não são tão pesadas quanto a cerveja de lá. Mas estando lá no inverno, é bem mais gostoso tomar uma cerveja encorpadona. E ela não precisa ser a mais gelada do universo. Pra mim só não pode ser quente!

7. Não preciso de carro mas quero ter uma bicicleta!

Tenho carteira de motorista mas sempre odiei dirigir. Em São Paulo eu me dou muito bem andando apenas de metrô e ônibus, e em Londres é a mesma coisa. Tem metrô e ônibus para todo canto, mas andar de bicicleta lá é uma delícia! Primeiro porque eles têm ciclovias e até semáforo para bicicletas. Os carros respeitam e é muito mais seguro do que no Brasil. Fora que as ruas, em sua maioria, são planas, então não cansa tanto. Dá pra ir de bicicleta pro parque, pro pub, pro trabalho, pro supermercado… Lá as pessoas andam bastante e mesmo quem não tem uma, pode alugar uma da Barclays, que é um sistema super prático que tem vários pontos na cidade onde você pode pegar a bike pagando com o cartão de crédito e andando até algum outro ponto da cidade para devolvê-la. Um dia eu voltei de uma balada com essa bicicleta, foi uma experiência única! Eu e meus amigos voltando meio alegrinhos de bicicleta pra casa, numa madrugada deliciosa em Londres.

8. O verão de Londres é incrível!

Apesar da maior parte do ano ser inverno em Londres, o verão de lá é a época mais gostosa para se morar na cidade. Por ser tão raro, os ingleses sabem aproveitar muito mais o verão do que nós brasileiros, e olha que nem é tão quente quanto o nosso, hein? A cidade fica mais viva, todo mundo quer sair na rua. Os shorts são mais curtos, daqueles que dá pra ver os gominhos do bumbum das meninas. As gramas dos parques ficam cheias de jovens durante o dia e todos parecem mais felizes. A cidade ACONTECE. É incrível como dá pra notar a diferença se você for em juho ou em dezembro, por exemplo. Os melhores festivais de música tomam os parques, todas as suas bandas preferidas talvez toquem por lá… Tem tanta coisa gostosa pra fazer que dá até dó que não dure muito. Não via a hora de voltar pra Londres e esperar pelo verão! Já estou guardando dinheiro no meu porquinho para comprar ingressos pros shows que mais quero ver.

9. Londres é o paraíso dos cupcakes e sobremesas fofas.

Eu sou louca por doces e no Brasil já era apaixonada por fazer e comer, mas mesmo morando em São Paulo achava difícil e caro comprar ingredientes e apetrechos bonitinhos para fazer cupcakes e sobremesas gostosas. Os londrinos são viciados em cupcakes e até no mercado mais simples a gente consegue encontrar pelo menos o básico para fazer homemade cupcakes. No final de 2011, eles fizeram um especial de natal no Tesco, o supermercado mais famoso de lá, e venderam até máquinas para fazer cupcakes! Eu, claro, garanti a minha. É tipo uma máquina de fazer tostex mas você coloca a massa do cupcake dentro e assa os bolinhos ali mesmo. Era meu sonho de consumo, super fácil fazer com ela! Já fiz até cupcakes salgados, estou adorando. Os cupcakes de Londres são bem mais doces que os nossos. Eles usam uma cobertura a base de açúcar e manteiga, e dependendo do sabor chega até a ser enjoativo. Um dia comi um com meu namorado e dividimos o cupcake ao meio mas mesmo assim os dois não aguentaram de tão doce! Mas vale a pena experimentar porque são uma delícia. Além de lindos, claro.

10. Cultura a gente não entende, a gente respeita.

Londres é uma das cidades mais cosmopolitas que eu já conheci. Lá, além da cultura inglesa, você pode se aprofundar em várias outras culturas como a indiana, por exemplo. Uau, como tem indiano por lá! Infelizmente muita gente tem preconceito. Na minha escola eu estudei com japoneses, espanhóis, indianos, coreanos, chineses, alemães… E eu aprendi que a gente não precisa entender a cultura deles, mas sim respeitar. Cada um tem as suas diferenças e a partir do momento que a gente respeita essas diferenças, podemos conviver juntos numa boa e até sermos amigos. Encontrei muitas coisas estranhas que eu não entendia por lá, mas aprendi que não precisava entender…Bastava respeitar! O convívio ficou muito melhor e eu pude conhecer mais as outras pessoas e aproveitar o que elas tinham para me agregar. Por isso acho que cresci muito mais como pessoa.

Quando dizem que você sempre volta diferente de uma viagem, acreditem, pois é justamente assim que eu me sinto, diferente, para melhor. Quando chegar a sua vez de realizar seu intercâmbio, verá que não existe sensação melhor, é como se você estivesse se completando! Se quiserem saber um pouco mais sobre Londres, ou meu intercâmbio, e essas mudanças, podem deixar os comentários abaixo.

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