Quando saio de casa e fecho o portão, sei que daquele momento em diante tenho que estar preparado para tudo. Tenho que preparar minha mente para aceitar muitas vezes o que até então era inaceitável.
Costumo dizer que deixo o Rodrigo (nome de batismo) e levo apenas o Baleia (apelido dado devido o envolvimento com pesquisa de mamíferos marinhos). Deixo o Rodrigo, pois é ele que carrega as crenças responsáveis por comparações com a sociedade em que vivo, que levantam muros e perpetuam pré-conceitos. Já o Baleia é meu lado pesquisador e explorador, que aprendeu a observar o mundo natural sem julgamentos com o objetivo de compreendê-lo, aceitá-lo.
Partindo desta lógica, minha relação com viagem acaba sendo um pouco diferente.
Também como Baleia, aprendi que a expectativa que criamos sobre o que vamos encontrar além do horizonte tem a cegueira do presente como terrível consequência. Por vezes ficamos presos a seguir determinados roteiros e deixamos de dar valor ao que encontramos pelo caminho. Pensando desta forma, busco estar aberto para tudo e todos que encontro no caminho. Tenho conhecimento que cada segundo do meu presente deve ser investido no próprio presente. Imprevistos deixam de ser motivo de frustrações e passam a ser momentos únicos para uma nova experiência.
Pensando assim, me tornei o viajante que sai sem o guia de viagens. Dicas são sempre bem-vindas, mas não costumo segui-las ao pé da letra. Já que não estou indo para uma viagem com objetivo de refazer o caminho já descoberto, vou em busca do meu próprio caminho, das minhas próprias relações. Para falar a verdade, costumo comprar guias de viagem quando estou retornando para casa.
A maioria dos meus post darão poucas dicas de restaurantes, onde ir ou o que fazer. Não quero ser responsável por qualquer frustração, caso o cozinheiro tenha sido demitido tenha brigado com o dono do restaurante justo no dia que você resolveu ir até lá.
Aqui será mais fácil ler sobre a comida feita pela família do segurança do Museu do Louvre; sobre o dia em que me acordei antes do grupo e mesmo sem saber falar árabe fui conversar com pescadores na costa do Marrocos; sobre as relações que construí com as demais pessoas do grupo que viajei; e, é claro, sobre dicas de fotografia e equipamentos que possam auxiliar no conforto e segurança da sua viagem.
Você também pode conhecer o Marrocos como o Baleia e o Mohamad, saiba mais sobre o programa Intrepid.