Continuando minha aventura em Washington DC, quero contar qual foi o principal motivo de eu ter voltado pra lá:
Tá, vou contar do terceiro principal motivo, pois o primeiro foi eu ter gostado muito da cidade e ter saído de lá com o gostinho de quero mais e a sensação de não ter conhecido nem 1% do que ela tem pra oferecer. O segundo motivo principal foi aproveitar para visitar minha amiga Rafa e o terceiro e não menos importante motivo foi uma visita ao American Art Museum, pelo simples fato de estar rolando uma pequena exposição de uma das minhas maiores ídolas: a fotógrafa Annie Leibovitz!
Annie Leibovitz
Sempre me interessei muito por fotografia e me apaixonei pelo trabalho da Annie desde o dia em que li o livro e assisti a um documentário sobre a vida dela chamados ‘Annie Leibovitz through the Lens’ (RECOMENDADÍSSIMO)! Nunca havia visto nada parecido na vida e me identifiquei com o estilão dela, ainda mais depois de saber que ela foi fotógrafa principal da revista Rolling Stone (puro rock and roll, gente) desde o nascimento da revista nos anos 70 e depois viajou numa turnê durante meses com a banda Rolling Stones, fotografando momentos super íntimos da banda e imergindo quase 100% na vida desses meus outros ídolos tão queridos!
A foto favorita da Annie das que tirou na turnê com os Rolling Stones é essa do Mick Jagger num elevador vestindo um roupão de banho!
A foto mais famosa da Annie é, sem dúvidas, a do John Lennon com a Yoko Ono. E essa foto é famosa porque tem história! Na época, ela marcou uma sessão fotográfica com o John prometendo que ele sairia na capa da Rolling Stone. No início, era pra ser uma foto só dele, mas as coisas tiveram que mudar quando ele insistiu que sua amada Yoko saísse na foto também e que, é claro, fosse para a capa da revista com ele. Para que a foto desse ‘audiência’, Annie tentou recriar a foto capa do álbum que os dois fizeram juntos, o Double Fantasy, que era uma das suas favoritas. O resultado foi esse:
John e Yoko
Aposto que muita gente já viu essa foto antes e qualquer fã dos Beatles que está lendo isso aqui não deve estranhar, né?
Mas a fama da foto não é só pela beleza e pela recriação da foto do Double Fantasy, mas sim porque marca um dia que mudou a história do rock and roll (estou sendo dramática de propósito, gente, nem liguem): Annie foi a última fotógrafa a fotografar John Lennon, pois ele foi assassinado 5 horas depois da sessão fotográfica com ela. Fala sério se não dá até arrepios!
No documentário ‘Through the Lens’ a Yoko Ono fala um pouquinho sobre esse dia e o que ela sente depois de olhar pra essa foto tantos anos depois. Vale super a pena assistir, viu!
Para vocês ficarem mais por dentro da história dela, aqui estão outras fotos bem famosas que fazem parte da carreira dela:
Whoopi Goldberg numa banheira de leite, foto polêmica da Demi Moore grávida e nua e uma fotopropaganda com o George Clooney
Para minha surpresa, a exposição que fui ver no American Art Museum em DC contava com trabalhos completamente diferentes da Annie, que é a coletânea Pilgrimage. Nada de rostos famosos (aliás, nada de rostos at all), nada de fotopropagandas, nada de cores vivas, nada de equipamentos caros e nada de equipe gigante. As fotos mostram um lado bem pessoal dela com imagens de lugares que ela passou na vida e sempre amou, de visitas que fez à casa de pessoas que sempre a inspiraram (como Elvis Presley, Darwin (!), Thomas Jefferson e Ansel Adams) e seus objetos.
O mais bacana é que ao lado de cada fotografia na exposição há um texto contando um pouco da história de cada um desses ícones fotografados, ou seja, o foco das fotografias MESMO são a história em que elas escondem por trás e não a beleza em si. Ai que papo mais artístico o meu, né? Mas só estando lá pra ver e só admirando a Annie como eu admiro pra entender! Valeu super a pena a visita, pena que a exposição era bem pequena! Por mim, tomaria conta do museu inteiro 😛
Quarto de Virginia Wolf, caixa de ossos estudados por Charles Darwin, sofá de Freud e vitrola de Elvis Presley
Brincadeirinha, pois tivemos a oportunidade de visitar outras 2 exibições BEM legais: uma delas é permanente no museu, que se chama ‘A Sala dos Presidentes’. Lá tem pinturas de todos os tipos, esculturas, fotografias e vídeos com a imagem de todos os presidentes dos Estados Unidos! George Washington, que até deu o nome à cidade, está sempre em destaque. Depois dele, Abraham Lincoln e Roosevelt seguidos de uma lista enorme. Entre os mais recentes estão obras de arte com os rostos de John Kennedy, Richard Nixon, Ronald Reegan, Bill Clinton, George Bush e Barack Obama! O patriotismo das pessoas nesse país é uma coisa incrível. A sala dos presidentes é uma das mais bonitas do museu. Eu gostei muito!
Clinton ao fundo, George W. Bush e George Washington
Saindo de lá, passamos pela área de arte contemporânea, onde a obra que mais chama a atenção é a Electronic Superhighway: Continental U.S, Alaska and Hawaii, de Num June Paik, um coreano que se mudou pra NYC aos 32 anos de idade. Essa obra mostra o mapa dos Estados Unidos montado com televisores e luzes de neon e é ENOOOOOOORME!!! Cada televisão registra diversas associações do artista com os estados americanos, muitas delas super inesperadas, em que ele conecta muitos amigos artistas e colaboradores às imagens. Para Kansas, ele escolheu imagens do filme ‘O Mágico de Oz’, nas TVs que compõem o estado do Alabama há imagens em preto e branco de Martin Luther King fazendo um discursos sobre os direitos civis. Califórnia mostra imagens em ritmo acelerado da Golden Gate Bridge e da revolução digital. Nas tevezinhas que compõe District of Columbia (DC), onde está a cidade de Washington, passam imagens de quem está olhando para a obra!!! Há uma câmera escondida em algum lugar que fica filmando a galera… muito, mas muiiito legal mesmo!
Depois dessa e de muitas obras de arte loucas, fomos numa exposição sobre video-games!!! Meu lado nerd ficou alucinado, hahaha! Lá contava a história dos primeiros vídeo-games… gente, não dá pra acreditar que esse tipo de diversão já foi tão pixelizada! Hoje em dia é tudo 3D! Daqui a pouco Mario e Luigi vão almoçar com você, te dar carona pra escola e coisas do tipo. Donkey Kong será seu macaco de estimação e os montros bizarros dos games sairão da tela pra puxar o pé das criancinhas à noite!!!
Um vídeo lá mostrava uma TV dividida em 3 partes e em cada uma mostrava o rosto de uma pessoa jogando video-game para mostrar a reação delas diante de cada jogo. As pessoas iam variando desde uns molequinhos nerds até umas senhorinhas, uns marmanjos, umas meninas meio patricinhas, umas mães de família e tudo mais! Adorei! Ah, e você ainda podia jogar vídeo-game em uns big telões instalados na exposição! A fila para o Pac-Man era a maior de todas, seguida por Super Mario e um jogo 3D muito bizarro em que você é uma flor voando e precisa pegar sementes por aí… ou algo que parece isso e não consegui decifrar.
Enfim, chega de falar de museus e exposições, né? Prometo que esse é o último da saga Washington, DC! Espero que tenham gostado pelo menos um pouquinho 😛