Desbravando o Nepal

Um dos países mais escondidos da Terra fica ali, encravado no Himalaia, entre a Índia e o Tibet. A turma costuma chegar por lá para escalar o Everest, a partir da capital Kathmandu. Mas a nossa dica é seguir para o norte, inóspito e misterioso. O destino final é a cidade sagrada de Lo Manthang, capital da província de Mustang, onde até hoje vive-se como nos tempos do Reino de Lo  (isso em 1380!). De lá para cá pouca coisa mudou. Mesmo: não há eletricidade, nem telefone –  apenas agricultores e monges (o último censo, de 2001, contou 876 moradores no vilarejo). Conexão direta só se for com o divino!

E o que tem para fazer? Nada de natureza mundana, é bom alertar. Mas o que vale mesmo é a caminhada de quatro dias até lá (a pé ou de bike) a partir de Jomso. Dureza? Pode ser, mas como no Caminho de Santiago e na Trilha Inca, o que está em jogo não é a disposição física, mas a intenção espiritual.

A aventura atravessa montanhas, neve e deserto, e pela trilha aparecem pequenas cidades medievais com seus monastérios e habitantes alegres e tão coloridos no vestir. É zen total, contagia. Cercado de silêncio por todos os lados, mas não se sentindo absolutamente só, a gente tem a sensação de estar mais vivo do que nunca, incrivelmente vivo. Impossível não ficar em paz quando se está mais perto do céu.

Tem que ir, ok? Quando? Março e abril, outubro e novembro. Importante lembrar que é preciso visto para entrar no Nepal e outro visto com permissão para trekking na região.